Começou a mamata
Jéssica Marques | 01/12/2022
O governador
eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas e seu vice, Felicio Ramuth, ainda não
assumiram o mandato, que se inicia em janeiro de 2023, mas já começaram a
organizar a mamata bolsonarista no estado, aumentando seus próprios salários e
os do alto escalão de secretários do governo.
O projeto de lei que permitiu esse aumento
estapafúrdio foi aprovado na última terça-feira, dia 29/11, com ampla maioria
dos votos dos deputados e deputadas da Alesp. Pelo texto acatado, Tarcísio de
Freitas terá o salário elevado de R$ 23 mil para R$ 34,5 mil a partir de
janeiro, e o salário de Felício Ramuth (PSD), passará de R$ 21.896,27 para R$
32.844,41.[i]
Imagino que a notícia tenha sido recebida com muita
indignação por parte da população paulista, cuja capital acumula um dos maiores
índices de miséria do país. Para nós, servidores e servidoras municipais de São
José dos Campos, esse aumento, além de indignante, soou como um insulto, uma
provocação, já que nos últimos anos a categoria enfrentou uma árdua luta por
reajuste salarial contra Felicio Ramuth e Anderson Farias que, seguindo a
cartilha bolsonarista, congelaram nossos salários, negando até a lei municipal
que garante o gatilho salarial, e aplicaram uma reforma da previdência que
retirou 14% das aposentadorias dos servidores.
A cidade onde Felicio Ramuth fez carreira política
e que foi escolhida como domicílio eleitoral de Tarcísio é vanguarda na
aplicação de políticas autoritárias, que retiram os direitos dos trabalhadores
e aprofundam as desigualdades sociais. Infelizmente, em que pese a mobilização
de setores progressistas para derrotar esse projeto nas eleições e eleger o
professor Fernando Haddad, Tarcísio e Felicio foram eleitos. A plataforma
política da chapa, como já sentimos, é seguir aplicando essa mesma política de
retirada de direitos, ampliando as garras do bolsonarismo contra todo o estado
de São Paulo.
Em São José dos Campos temos a lembrança das
recentes paralisações e inúmeras manifestações na Câmara em defesa do reajuste
salarial e contra o projeto de reforma da previdência, que só não foi
inteiramente aplicada porque houve resistência, mostrando que a mobilização é
fundamental para preservar direitos. Que a resposta dos servidores paulistas,
das demais categorias de trabalhadores e movimentos sociais diante desse
governo seja, também, a mobilização e a luta!
[i]
Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/11/29/alesp-aprova-projeto-que-da-aumento-de-50percent-a-salarios-de-governador-vice-e-secretarios-a-partir-de-janeiro-de-2023.ghtml
