Câmara aprova PEC Emergencial e retira direito de servidores
Sindserv | 04/04/2025
Após três sessões, a Câmara dos Deputados aprovou no início da madrugada desta sexta-feira (12) a Proposta de Emenda à Constituição nº 186, chamada de PEC Emergencial. Ao todo, foram 366 votos a favor, 127 contra e três abstenções. O texto segue, agora, para ser promulgado e permitirá o pagamento de auxílio emergencial em troca da retirada de direitos de servidores públicos.
A PEC permite ao governo federal pagar, em 2021, um novo
auxílio emergencial no valor de 44 bilhões, mas para isso impõe mais rigidez na
aplicação de medidas de contenção fiscal, controle de despesas com pessoal e
redução de inventivos tributários, incluindo o fim da obrigatoriedade dos
governos investirem o mínimo em saúde e educação, como prevê a Constituição.
Para este ano, segundo o governo, o auxílio será de R$ 175 a
R$ 375 por quatro meses (março a junho). Para a família monoparental dirigida
por mulher, o valor será de R$ 375; para um casal, R$ 250; e para o homem
sozinho, de R$ 175 – o aporte financeiro será menor do que foi pago no ano
passado e para a metade dos desempregados e informais beneficiados.
Originalmente, a PEC foi criada em 2019 para cortar despesas
e prejudicar o funcionalismo com o congelamento de salário, fim de concurso
público e das promoções. Este ano, o texto voltou a ser pauta por causa do
agravamento da pandemia de coronavírus no País. A equipe econômica de Bolsonaro
argumentou que, para pagar um novo auxílio emergencial, seria necessário
aplicar tais medidas.
Servidor
Como forma de contenção de gastos, o texto prevê a redução
de despesas com pessoal quando o projeto de lei do orçamento federal indicar
que a despesa primária obrigatória (pessoal e previdência, por exemplo) passar
de 95% da despesa primária total, incluindo investimentos.
Quando atingido o gatilho, ficam vedadas a criação de cargo
que implique aumento de despesa; a realização de concurso público para vagas
novas; e a adoção de medidas que culminem em reajustes de despesas obrigatórias
acima da variação da inflação.
Por pressão de servidores e da oposição ao governo, alguns
itens do projeto foram atenuados, entre eles, a progressão de carreira e
promoções.